Me pego pensando em como é difícil retomar o hábito de escrever sobre sentimentos. Descobri com o passar do tempo que realmente é algo que precisa ser trabalhado. Hoje volto como um velho cão arrependido, com o rabo entre as pernas e olhos marejados. Não tem sido fácil, porém suportável. 

Algumas coisas mudaram e sinto que não posso reclamar, afinal, dois anos se passaram e a vida exige que mudemos muita coisa. Isso não quer dizer que não tenho coisas a compartilhar, muito pelo contrário, venho engolido tantos sapos que me pergunto se não há uma população de girinos habitando meu estomago. Talvez também tenha algumas borboletas, porque nem de coisas ruins se vive a mulher, não é mesmo? Continuo sentindo muito. Até demais. 

A vida se tornou uma experiência ainda mais interessante nos últimos anos. Sai da minha zona de conforto e pensei tanto fora da caixa que nem mesmo sei onde ela foi parar. Descobri o que é ser uma pessoa multifacetada e um zilhão de palavras novas e difíceis que as pessoas usam só para enfeitar textos. Também acabei achando o que nem estava procurando, como trabalhos sem fim e muito sono acumulado. Todo mundo quer mais horas de sono, e eu não seria diferente. Onde eu faço a solicitação de mais horas no meu dia?

São tantas coisas que me questiono se algo ainda faz sentido nesse turbilhão de sentimentos que é viver. Desfila-la com um sorriso nos lábios é tarefa de gente grande. Será que já sou? Fica ai uma questão que não sei responder. Não que eu saiba muita coisa. Não. Mas também não sei pouca! 

Enfim, resolvi voltar. Deu pra perceber, né? E simplesmente não nego, estou eufórica para redescobrir meus próprios sentimentos. Pode soar estranho mas colocar pra fora tudo o que penso me ajuda a refletir a respeito de mim mesma. 

Ah, obrigada por acompanhar toda essa loucura!